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Senappen realiza pesquisa inédita sobre saúde dos servidores no Brasil

  • Foto do escritor: Luana Machado
    Luana Machado
  • 1 de set. de 2023
  • 4 min de leitura

Atualizado: 12 de set. de 2023

O estudo visa a conhecer em profundidade as condições de saúde e trabalho dos servidores penitenciários. As informações vão colaborar para o desenvolvimento de ações que beneficiem a saúde dos trabalhadores em âmbito prisional

A pesquisa “Cenários da Saúde Física e Mental dos Servidores do Sistema Prisional Brasileiro” tem como objetivo obter dados e informações sobre as condições de saúde e trabalho dos servidores penitenciários. A iniciativa é realizada pela Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), com apoio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no âmbito do Projeto Valoriza: Saúde em Foco.


A pesquisa, que contou com uma etapa qualitativa, está agora na fase quantitativa. A meta é que 60 mil servidores penitenciários participem preenchendo um questionário online. O número representa aproximadamente 40% do universo de trabalhadores do sistema prisional. Atualmente, a pesquisa conta com aproximadamente 13 mil respostas.


O tempo médio de resposta é de 15 minutos. O prazo para participar encerra em 15 de outubro.


Com base nas informações coletadas, a Senappen irá desenvolver um conjunto de orientações e de ações para a melhora dos indicadores de saúde e das condições de trabalho dos servidores. Estão incluídos nesta categoria: policiais penais, inclusive aqueles em função administrativa, bem como profissionais da saúde, educação, assistência social e demais áreas.


Participe da pesquisa “Cenários da Saúde Física e Mental dos Servidores do Sistema Prisional Brasileiro” e contribua para a elaboração de melhorias de trabalho no âmbito prisional. Acesse aqui.


A primeira etapa, qualitativa, começou em 2022 e contou com a participação de 89 servidores, distribuídos pelas cinco regiões brasileiras. De viés exploratório, as entrevistas buscaram delimitar hipóteses levantadas previamente e gerou um relatório.


A pesquisadora responsável, Jaqueline Tavares de Assis, afirma que as informações obtidas na primeira etapa estavam de acordo com o esperado. "Elas corroboram o que diz a literatura sobre o tema. A diferença é que, com os dados da pesquisa, a realidade dos servidores fica mais perceptível e, assim, facilita a compreensão das situações colocadas."


Resultados das entrevistas


Para organizar as informações, os achados encontrados foram elencados em quatro categorias: 1) aspectos gerais do trabalho; 2) promoção da saúde e do cuidado; 3) saúde do corpo; e 4) saúde mental. Confira o relatório aqui.


Na primeira categoria, sobre aspectos gerais, os servidores elencaram pontos, como estrutura física adequada e quantitativo de profissionais compatível com as necessidades como essenciais para o bom andamento do trabalho.


Em promoção da saúde e do cuidado, os entrevistados chamaram atenção para estratégias de descompressão da rotina, com a criação de academias, salas de jogos ou de convivência dentro do ambiente de trabalho. Reforçaram, ainda, a importância do lazer e de vínculos com familiares e amigos como fatores de proteção para prevenção de doenças.


Especificamente sobre saúde do corpo, os servidores demonstraram cuidado e preocupação para a manutenção da saúde, com a realização de atividades físicas e alimentação equilibrada. No entanto, por diversas razões, entre elas, falta de tempo e preocupação com o trabalho, os servidores penitenciários indicaram dificuldade para manter uma rotina de cuidado com a saúde física. Os problemas mais frequentemente relatados foram: sobrepeso, hipertensão arterial, colesterol alto e diabetes.


Sobre a última categoria, saúde mental, os entrevistados relataram diagnósticos relativos a algum adoecimento mental, sendo o transtorno de ansiedade generalizada o mais comum. Nos casos em que os relatos não evidenciaram adoecimento, ainda assim foram descritos sintomas que merecem atenção e cuidado, como insônia, cansaço, estresse e exaustão mental, todos associados à relação com o trabalho.


De posse das informações obtidas na primeira etapa, foi desenhado o modelo do questionário aplicado na segunda fase. A pesquisadora destaca a importância da adesão em grande escala nesta etapa: "Para ter análises estatísticas precisas, necessitamos do maior número possível de pessoas aderindo à pesquisa".


Sigilo das informações


A pesquisadora responsável Jaqueline Assis ressalta que a participação é espontânea, com total sigilo nas informações prestadas, e que os grandes beneficiados são os próprios servidores.


"Por tratar-se de estudo que envolve a expressão e a percepção dos participantes, há o receio de eventuais desconfortos ou constrangimentos. São assegurados a participação esclarecida e por livre vontade, o sigilo e a privacidade das informações prestadas, o esclarecimento de toda e qualquer dúvida e o direito de não responder a qualquer questão que lhe gere incômodo – ou até de se retirar do estudo a qualquer tempo, sem prejuízo para si."


Ela ressalta que os dados ficarão sob responsabilidade dos pesquisadores da Fiocruz e que não passarão por nenhum tipo de análise individual.


Todos os detalhes sobre o tratamento dos dados estão descritos no Termo de Consentimento Livre Esclarecido, documento preenchido no momento da participação.


Ao final deste processo virá o trabalho de análise dos dados para encontrar as relações entre todos os aspectos de trabalho, saúde física e mental dos servidores do sistema prisional.


Projeto em benefício dos servidores


A pesquisa “Cenários da Saúde Física e Mental dos Servidores do Sistema Prisional Brasileiro” é parte de uma proposta de ação desenvolvida em parceria entre Fiocruz e Senappen, como resposta às necessidades de saúde da comunidade carcerária, agravadas pela pandemia da covid-19, bem como de valorização do trabalho e fomento à qualidade de vida dos servidores penitenciários.


André Guerrero, coordenador do Núcleo de Saúde mental, Álcool e Outras Drogas da Fiocruz, celebra a parceria na pesquisa e no Projeto Valoriza:


"Um projeto dessa natureza não se realiza sozinho. Foi a parceria com a Coordenação Nacional de Saúde da Senappen que permitiu isso. Enquanto instituição, a Senappen percebeu, a partir de sua coordenação de saúde, a necessidade de dados para subsidiar a implementação de políticas públicas na área. A Fiocruz, por sua vez, possuía a expertise científica. Desse encontro nasceu o projeto."


O estudo deve ajudar a criar mais do que estratégias isoladas em prol dos trabalhadores. Conforme a diretora de políticas penitenciárias da Senappen, Cintia Rangel, ele deve ser o ponto de partida para políticas públicas em benefício dos servidores:


"Espera-se consolidar uma política nacional de atenção à saúde física e mental dos servidores penitenciários, associada ainda a ações e programas que gerem qualidade de vida no trabalho."


Participação dos servidores é fundamental


A participação massiva é fundamental para atingir resultados fidedignos e ajudar na criação de políticas voltadas ao bem-estar dos próprios servidores.


Participe e incentive seus colegas. O acesso é simples e a pesquisa pode ser respondida de qualquer lugar. Clique no link abaixo para acessar o formulário:





 
 
 

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